Molde

Em geral é feito de um material que resista bem ao calor, seja flexível e tenha uma boa porosidade. A mistura usada traz diferentes proporções de argila, pelos de cabra e estrume de cavalo.

Derramamento

O bronze liquefeito, fundido a uma temperatura de é derramado no molde. A proporção ideal para a liga do bronze é de

Unção do molde
e aplicação de
decorações

A segunda etapa consiste em untar o molde com gordura de vaca e posicionar os frisos e decorações, previamente feitos com cera.

História

O toque dos sinos há três séculos marca a vida de cidades brasileiras, com uma cadência ritmada que traz em si

Em um período em que toneladas de ouro eram embarcadas para Portugal, a mão escrava estraía da terra os metais e dava novos toques à tradição católica do Velho Continente.

O resultado disso pode ser ouvido nos sinos das igrejas brasileiras, que ecoam até hoje, e também na voz dos sineiros, que dão continuidade a esse

Minérios

A partir de Minas Gerais, apenas durante o século XVIII, cerca de embarcaram para Portugal.

Nos rios, peneirando ouro de aluvião, ou escavando a terra à procura de veios, estava uma recém-instalada população de Dentre elas, uma grande quantidade de escravos. Apenas 3% da força de trabalho então era livre.

Se o ciclo do ouro há muito se esgotou, hoje é o ferro que movimenta a economia de muitas cidades mineiras. São mais de para comprovar essa história.

Fundição

A técnica de fundição de um sino pouco se alterou desde o século VII. A receita centenária do bronze ideal para uma melhor sonoridade também não. Conheça o processo de

Resfriamento
e polimento

Deixa-se então o bronze resfriar. Esse período pode durar até Depois disso, raspa-se ou quebra-se o molde e é feito o polimento do bronze.

Corpo

O sino é composto basicamente de quatro partes

Coroa ou Asa

É a parte que faz a junção entre o corpo do sino propriamente dito e o eixo, onde ele é preso.

Bacia ou Corpo

É a grande peça de bronze em formato obcônico que faz o som reverberar. A relação de tamanho entre altura, largura e tamanho da boca dá a afinação ao sino.

Badalo

É o elemento percussivo, uma haste de metal que bate nas paredes do sino gerando o som. Em geral é preso com sisal ou tiras de couro.

Cabeçote

Estrutura de madeira à qual a coroa se prende. Essa parte pode ter um exerto de chumbo, para a função de contrapeso quando o sino é dobrado.

Vibração

Cada sino é diferente do outro. As proporções de metais usados, seu tamanho e largura fazem com que cada campana vibre de uma maneira única.

As ondas sonoras circulam o espaço do corpo em diferentes velocidades e proporções, reverberando tons diferentes em cada uma das áreas de influência sonora, obtidas a partir da badalada.

O conjunto das badaladas se sobrepõe também, criando sons mais complexos.

Fonte: Sentinelas sonoras | André Guilherme Dornelles Dangelo, Vanessa Borges Brasileiro.

Harmonia

O sino tem cinco harmônicos principais. Assim, um bom sino tem equilíbrio entre os harmônicos: quanto mais equilibrados forem os intervalos, mais afinado é o sino.

Quando o badalo bate no sino, todos os harmônicos começam a soar em conjunto. Como os harmônicos têm comportamentos diferentes em função dos diferentes diâmetros no interior da campana, eles naõ param de ressoar, criando um conjunto de anéis sonoros que vibram numa frequência própria, de modo coordenado, gerando um timbre e um som.

Fonte: Sentinelas sonoras | André Guilherme Dornelles Dangelo, Vanessa Borges Brasileiro.

Toques & Dobres

Durante muitos anos o toque do sino estabeleceu o ritmo das cidades.

A comunicação entre o campanário e a população era dada pela quantidade de

Hoje, muitos desses toques se perderam. Não se avisa mais a comunidade de um parto que está ocorrendo ou a morte de cada homem ou mulher da paróquia. Mas alguns ainda permanecem, em especial os de chamamento de missas e os comemorativos de procissões e festas religiosas maiores. Aqui você encontra algumas diferenças entre os toques e seus significados.

Chamado para a missa

30 e 15 minutos antes da hora marcada para a celebração é dado o sinal no sino pequeno, em pancadas seguidas. No final de cada toque de entrada, as pancadas espaçadas indicam quem será o celebrante. Assim a comunidade pode saber se a missa será realizada, por exemplo, pelo vigário local, pelo bispo, pelo arcebispo e etc.

Angelus

9 pancadas, às 18:00 horas, diariamente.

Semana santa

Na quinta-feira Santa, depois do Glória da Missa até o Glória da Ressurreição, no sábado, nenhum sino toca, seja qual for o motivo. Na ressurreição tocam os sinos de todas as igrejas (toques festivos).

Incêndio

Rebate-pancadas no sino grande, seguindo do médio, ligeiras com pequenos intervalos.

Enterro

Homens: três dobres de 1 pancada. Mulheres: dois dobres de 1 pancada. Crianças - (menores de sete anos), repique festivo, na hora do enterro. Se a pessoa prestou grandes serviços à igreja, dobres de 1 em 1 hora. Falecimento do papa, dobre de hora em hora, em todas as igrejas. Falecimento do bispo, dobres de 3 em 3 horas. Falecimento do vigário, dobres de 4 em 4 horas. Falecimento do padre, 5 dobres comuns

Fonte: Aluízio José Vegas | Secretaria Municipal de Cultura e Turismo SJOR.

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Créditos

Direção e concepção
Marcia Mansur e Marina Thomé
Direção de arte
Haydee Uekubo
Desenvolvimento
Daniella Valentin
Direção de fotografia
Marina Thomé
Edição
Fernando Muñoz
Montagem adicional
Julia Bernstein, edt.
Produção executiva
Marcia Mansur e Marina Thomé
Coordenação de produção
Julia Franceschinni
Som direto
Renato Cortez
Edição de som e mixagem
Vinicius Leal
Textos
Camila Kintzel
Tradução
Christina Rostworowski